terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Revolta-te!


Ouço dizer isto há anos... E há anos que não posso responder aquilo que me apetece. Revoltar-me? Talvez um dia. Dar o grito do ipiranga? Quem sabe... Mas claro que sei, claro que sei que a resposta é não.

Está bem... Eu sei que preciso de viver com a idade que tenho, não viver com a consciência de um adulto responsável sendo que só vou ser adulta depois. Mas não dá. Aquele botão não se desliga e eu não consigo encontrar ninguém que me consiga pôr isto em stand by. Sabes que mais? Se pudesse até o dava. Mas como posso desiludir ou nem que seja desapontar as pessoas que já me vêm deste modo? Não sei dizer que não. Não sei sobretudo dizer aquilo que me apetece. Estou programada para tirar preocupações dos outros.

Queres tu tirar-me as minhas?
(isto foi escrito por culpa de um amigo. É ele que eu ouço escrever e dizer-me 'revolta-te'. Ele um dia deve ler isto.)

11 comentários:

Mafalda disse...

Ó piquena, eu tiro-te tudo: as preocupações, a paciência, as tristezas.

Tudo, tudo (menos a roupa e os órgãos).

E eu também nunca consegui dar um grito do ipiranga: na hora H, falha-me a voz, só sai ar (a revolta fica cá dentro).

Fico-me pelos gritinhos histéricos (que tu ouves a toda a hora).

Mas um dia hás-de dar um grito à la Tarzan: aaaaaaaaaahhhhhhhhaaaaaaahhhhhaaaaaaaaahhhhhhhaaaaahhhhhh

Um dia hás-de conseguir revoltar-te.

E se não conseguires, estarei cá para ajudar.

Beijinho gritante na bochecha esquerda

JoaoR disse...

Eu também digo, revolta-te, afinal é o que é preciso. Eu já comecei a revoltar-me com esta sociedade que só gosta da músiquinha MTV.

Pipe Shadow disse...

De vez em quando precisas de dizer:

"- Que se f#$a esta m#&$a!"

E cometer umas loucuras, para depois voltarmos ao nosso estado natural!
Acaba por ser profilático!...
Recomendo.

seni disse...

Mafalda: I know that you know what I'm feeling now.

Joaor: comigo não presisas de ter revoltar. Só ligo MTV para lavar a loiça. ouço é rário, imenso. Mas isso não dá direito a castigo pois não? :P

pipe shadow: vou tentar, a sério que sim. Depois mando-te o testemunho da pessoa que tiver sofrido com a minha reacção.

Beijinhos

Miguel F. Carvalho disse...

e porque não uma revolta silenciosa? muitas vezes tem mais poder que qualquer palavra ou grito...

JoaoR disse...

Espero que a Rádio não dê castigo, isso só depende da música que passem. E a música boa não é a que tem 3 anos, mas sim, por muitas vezes, 20, e que a juventude não conheçe:
Led Zepellin
The Who
Xutos e Pontapés (conhecem, mas não sabem o quão bom é)
e por aí fora.

(=

Beijos

Maria disse...

E ás vezes tão bem que faz essa revolta :)

beijinhoo

seni disse...

miguel f. carvalho: às vezes a vontade é que nos ouçam. Para ver se percebem o que não nos apetece. O silêncio é uma arma demasiado 'forte' para mim, ainda não a sei usar muito bem.

Joaor: eles não costumam dizer os nomes do que passa, ou se dizem eu não decoro. Ouço o que me soa bem.

maria: esperava que sim.

Beijinhos

paddy disse...

Olha o meu problema é precisamente o contrário: revolto-me demais. Às vezes devia era ficar calada.

Ana Guedes disse...

é preciso revoltarmo-nos, com moderação. saber o momento certo, a exactidão do tempo para isso. tudo é necessário, e como tal, existem alturas para isso x)

suz disse...

Às vezes vamos guardando a revolta no armário durante tanto tempo, que quando não dá mais para aguentá-la lá dentro, até sai mais do que aquilo que era suposto. Se calhar devíamos mesmo revoltar-nos todos os dias. Mas somos o que somos. Pouco ou nada há a fazer. Há pessoas que não têm perfil para revoluções...