quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Eram seis da tarde, domingo quente.
Ela tinha acabado de chorar há pouco tempo, ainda soluçava, uma senhora de bata branca embalava-a no berço e dizia baixinho 'chiuu, dorme bebé', vezes sem conta. Eu estava um bocado atrapalhada. A minha mãe sorria e o meu pai chorava. A primeira vez que vi o meu pai chorar e a minha mãe rir assim. E eu, cada vez mais atrapalhada aproximei-me do berço. Tropecei na cama da minha mãe que estava cheia de frio e a bebé choramingou. Calou-se depressa. Continuei, só lhe via um bocadinho, estava coberta por um lençol branco com umas risquinhas azuis. Cheirava tudo a hospital, um cheiro que sempre me exigiu respeito e me atraiu. Pus-me em biquinhos de pé e vi-lhe o rosto. Rosa, carmim. Cheguei-me mais perto, e em voz baixa como tudo naquele quarto, disse-lhe com voz tremelicante "Olá bebé, a tua mana sou eu".

3 comentários:

Anónimo disse...

a chegada de manas é um momento de confusão porque é o desconhecido que se enfrenta... as reacções diferentes dos pais... os olhares que, de repente, são repartidos... uma alegria geral na casa... a mana que não é brinquedo...
beijocas. és uma ternurinha.

paddy disse...

Parabens :)

Mafalda disse...

E que bom é ter manos e manas.

A mim nunca me disseste mas agora digo-te eu, só para te chatear, "Olá, também és a minha mana".

Não de sangue. Do coração. Não partilhamos o apelido.
Partilhamos outas coisas. Tão mais importantes.

Beijo para ti e para a tua mana (e já agora para os progenitores :P)