sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Vou escrever sobre ti.


Não te dou dois beijos quando nos encontramos. Vimo-nos todos os dias. Chamo-te 'monga' quando quero dizer que é importante aquilo que pensas e que me dizes. Fazes o mesmo. Completas as minhas frases, acho que até os meus pensamentos. De certa forma és da casa. Somos independentes, mas mesmo assim, sou mais dependente de ti. Sempre sobreviveste sem precisar de ninguém. Disse que ia escrever sobre ti um dia, no blog, disseste-me para não o fazer. Só para te provar que faço o que quero, e que agora me estava a apetecer escrever sobre ti, aqui fica. Não digo nada de mais, nada em nós é dito, nunca foi preciso.
Para complicar disseste que era escritora (filosofias tuas, para variar). Assustaste-me. 'Pera lá, será que a gaja se enganou? Eu escritora? Eu mando 'postas de pescada' para o ar, digo aquilo que penso, escrevo bonito para mim. Mostrava-te o que aqui escrevia só numa de ter a certeza que não lia isto sozinha. Fizeste-me ter consciência que não estava preparada para receber elogios. Não lido bem com eles. Fazem-me comichão nas pontas dos dedos, atrapalham a maneira como passo os olhos pelas coisas.
Agora ficas com um raio de um texto sobre ti, mas esta coisa nem sentido tem. Como tudo o que penso quando aqui escrevo, vem à minha velocidade. Nem o vou ler de novo para não cair na tentação de o apagar.

Mostrei-te antes de publicar, não sabia se ias gostar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Estava preocupada em escrever alguma coisa com sentido: tiraste-me um peso de cima qd me disseste que~ñ era preciso inspiração um blog - aqui, é pra escrevermos com o coraçáo quando, como e o q nos apetecer.
Sabes qtas vezes me acalamaste e me tiraste pesos de cima? Muitas. Os dedos da minha e da tua mão, do meu e do teu pé ñ chegavam (talvez só todos os nossos cabelos juntos que enchem o balde da cabeleireira num instante - qd lá vamos cortar pontas espigadas, angústias e frustrações - chegassem).
Conheces-me demasiado bem (melhor só mesmo a minha mãe): sabes o que penso, de quem e porquê; sabes o q adoro, o q ñ m aquece nem me arrefece e o q detesto.
és frio qd eu sou calor, silêncio qd sou tagarelice, calma qd sou agitação, sol qd sou chuva, caldeirão qd eu sou corda.
Estou a escrever isto e a ouvir a música do Jorge Palma ("Encosta-te a mim"). As lágrimas correm: ñ sei se de alegria, se de tristeza.
Ñ vivemos 100 mil anos mas vivemos 7 bem passados, feitos de risos, lágrimas (+ tu q eu), disparates, zangas, reconciliações.
Disseste-me há pouco: aqui ñ se apaga nada, só se acrescenta. Concordo: ñ se apaga nada nem no blog nem na nossa amizade - é o q é pq nós a fomos construindo todos os dias de 2ª a 6ª (e aos fds, qd há trabalhos ou conversas telefónicas intermináveis).
Tenho boa memória: nada se apagará. Daqui para a frente, como ontem, hoje e sempre, vai ser só acrescentar: nem que seja só por telepatia. Numa noite de chuva, eu, na minha casa sozinha em Lisboa, a tirar um curso qq (qual será?) e a pensar: "Se agora a Nenusca estivesse aqui, dir-me-ia para dormir pq amanhã temos EF com a Andrea e temos q ir correr no domingo..."

seni disse...

És doida. Mas domingo não me apetece ir correr, e terça não havemos de ter aula com a Andrea.