domingo, 11 de maio de 2008

Calcanhar de Aquiles

Era cedo quando me levantei rumo ao mundo.
Estava o chão tão seco como o céu da minha boca.
Tinha calor e arrepios, os lábios estalados, as mãos gretadas e sujas de pó.
Andei quilómetros e quilómetros até começar a sentir o vento na cara, voltei-me para a direita. Segui em frente e cheguei a um poço fundo, pequeno e perigoso. Um fosso de vida. Lá, ouvia-se o periclitante som de água. Aproximei-me perto e puxei do copo meio partido que encontrei no caminho. Houve alguém que me agarrou pela perna e me pôs dentro do buraco para eu poder chegar à água. Eu cheguei. Molhei as mãos que arderam, lavei os lábios que queimaram por estarem demasiado secos e enchi o copo de água suja que bebi sofregamente. Estava fria e lembro-me de me ter engasgado. Depois já não sei bem o que aconteceu. Deixei-me dormir novamente e acordei apenas com um medo enorme de viver sem água. Esse, é o meu calcanhar de Aquiles.

3 comentários:

Mafalda disse...

O meu calcanhar de aquiles és tu. Não vivo sem ti e tenho medo de perder...
'Tou um bocado lamechas, não? =P


Beijinhos***

mitro disse...

O melhor é usares um cantil...

Pipe Shadow disse...

Um bem dado garantido por muitos, mas para outros tantos um bem raro, quase um luxo...

bjs